André Rodrigues
Nº3
12ºL1
Professora Anabela Palma

quinta-feira, 24 de março de 2016

A questão catalã

Um dos conflitos regionalistas mais activos e intensos na Europa é, sem dúvida na região da Catalunha. Esta comunidade espanhola considera que tem condições para se tornar independente e constituir um Estado autónomo.
Importa ter-se em conta que em 1714, a Catalunha perdeu o estatuto de Principado, devido à guerra da sucessão espanhola, uma vez que o rei Felipe V ocupou a cidade de Barcelona e incorporou a Catalunha ao resto de Espanha. Foi praticamente a partir desse momento, que o povo catalão se demonstrou descontente com a administração espanhola.
Estabelecendo uma passagem temporal para os acontecimentos recentes e para a situação actual, os últimos presidentes da Generalitat da Catalunha têm aguçado as pretensões independentistas da região. Os últimos a fazê-lo foram Jordi Pujol e Artur Mas, respectivamente.

Manifestação a favor da independência da Catalunha em Barcelona
Artur Mas persuadiu o povo catalão, ou seja nas suas intervenções denunciava a suposta tese que "Espanya ens roba" ( Espanha rouba-nos) numa tentativa de justificar o défice e a dívida que assolava a Catalunha, quando sabia que a ruina económica não se devia ao Governo Central mas sim à incompetência do seu trabalho e aos antecessores néscios e inscientes. O cultivo da política e do sentimento anti-espanhol alastrou-se a quase toda a Catalunha, sendo visíveis as manifestações independentistas, que contavam com grande adesão.
É de assinalar que a "lavagem cerebral" aos catalães foi feita com destreza, uma vez que as mentiras e omissões sobre o que aconteceria a uma Catalunha independente assentavam na demogagia e no populismo que sairia caro e fatal aos cidadãos.

Artur Mas sorrindo, apesar da contestação de catalães que defendem a continuidade da região em Espanha.
No outro lado, o Governo de Madrid, sentindo o problema que se tornaria insustentável e ameaçava a unidade do território espanhol, "escondia-se" e defendia-se com a Constituição, isto é alegava um artigo que sublinha que "qualquer tentativa que ponha em causa e ameaçe a unidade de Espanha é considerado ilegal e inconstitucional", deixando de lado o diálogo e as cedências de ambas as partes que, conduzidas de forma amigável e respeituosa, poderia gerar consensos e entendimentos para ambos.
As sucessivas rejeições ao tão desejado referendo na Catalunha, incendiava os ânimos e reunia mais um argumento para Artur Mas constituir a sua campanha falaciosa.
Foi neste contexto que no dia 27 de Setembro de 2015, o presidente da Generalitat sob o pretexto de eleições autonómicas, que aconteciam com periodicidade em todas as comunidades autónomas, dissimulou o referendo, desrespeitando o Governo, a Constituição e o Rei. A campanha foi feita de forma clara: os independentistas (Junts pel si e CUP) contra os não- independentistas (PP, Ciutadans e Catalunya Si que es Pot).

Confirmação da derrota
No final, o resultado foi inesperado e desapontante para os independentistas e Artur Mas. A percentagem de votos a favor da independência ficou nos 49%, enquanto a percentagem de votos contra a independência atingiu os 51%. A permanência e manutenção da Catalunha no contexto espanhol venceu! As pretensões autonómicas e independentistas perderam, constituindo, assim um fracasso.
Consequências da derrota: a destituição de Artur Mas e a decadência das reivindicações.

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